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Por que os fundos patrimoniais são essenciais para o futuro da universidade pública brasileira?

Atualizado: 10 de ago.

Com base em experiências internacionais e exemplos locais, modelo busca garantir autonomia, continuidade e impacto duradouro para instituições como a Escola Paulista de Medicina.


Simuladores de Atividade Elétrica do Coração apoiado pelo fundo patrimonial Amigos da Escola Paulista
Simuladores de Atividade Elétrica do Coração apoiado pelo fundo patrimonial Amigos da EPM em 2022

Uma nova forma de sustentar o ensino superior


Em tempos de instabilidade econômica e cortes orçamentários recorrentes, universidades públicas enfrentam desafios crescentes para manter a qualidade de ensino, pesquisa e extensão. Nesse contexto, os fundos patrimoniais filantrópicos, também chamados de endowments, surgem como uma alternativa concreta e sustentável para o financiamento de longo prazo dessas instituições.


Criados a partir de doações privadas, esses fundos são investidos de forma a gerar rendimentos permanentes, que podem ser usados para apoiar projetos estratégicos e fortalecer a missão institucional, sem depender exclusivamente de verbas públicas.


Um caminho já iniciado no Brasil


Desde a regulamentação da Lei nº 13.800/2019, que estabeleceu o marco legal para os fundos patrimoniais, o Brasil tem assistido a um movimento crescente de universidades estruturando suas próprias iniciativas. Embora ainda tímidos em comparação ao modelo americano, os endowments brasileiros acumulam sinais positivos.


Nome

Entidade apoiada

Patrimônio

Ano de fundação

Amigos da Poli

Escola Politécnica da USP

R$ 50,1 milhões

2012

Fundo Patrimonial da USP

Universidade de São Paulo

R$ 23,9 milhões

2021

Fundo Areguá

Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

R$ 12,8 milhões

2016

Sempre Sanfran

Faculdade de Direito da USP

R$ 12,2 milhões

2021

Amigos da Escola Paulista

Escola Paulista de Medicina, Unifesp

R$ 2,41 milhões

2019

Associação Gestora do Fundo Patrimonial Endowment Chronos

USP São Carlos

R$ 1,5 milhão

2024

Associação Fundo Patrimonial - AXUXÊ

Faculdade de Medicina do ABC (FMABC)

R$ 61 mil

2023

Fonte: Monitor IDIS de Fundos Patrimoniais no Brasil/2025


No caso da Escola Paulista de Medicina, esse movimento se consolidou em 2019 com a criação da Associação Amigos da Escola Paulista, um fundo patrimonial formado por ex-alunos, docentes e apoiadores da instituição. Desde então, a Associação vem acumulando recursos e apoiando projetos ligados ao ensino, à ciência e à saúde pública.


Proteção contra a imprevisibilidade


A experiência internacional mostra que os fundos patrimoniais funcionam como instrumentos de proteção institucional. Universidades com endowments robustos são mais capazes de preservar sua autonomia acadêmica diante de mudanças políticas, crises econômicas ou limitações de orçamento.


Casos como o da Universidade de Harvard, que manteve sua estabilidade financeira mesmo sob pressões políticas, evidenciam o papel estratégico desses fundos na defesa da liberdade universitária e na continuidade de programas educacionais de impacto social.


Um instrumento de fortalecimento institucional


Na prática, os recursos de um fundo patrimonial podem viabilizar desde bolsas de estudo e projetos de extensão até iniciativas voltadas à saúde pública e à inovação científica. A lógica é simples: quanto maior o fundo, maior o impacto de seus rendimentos. E quanto mais doações são recebidas, mais robusta se torna essa fonte de apoio permanente.


No caso da Associação Amigos da EPM, editais de projetos foram lançados em 2022, 2024 e 2025, destinando recursos a propostas lideradas por membros da comunidade acadêmica. A iniciativa reforça um compromisso com o futuro da instituição, financiando ações que respondem diretamente às necessidades da Escola.



O que ainda falta?


Apesar dos avanços, o maior desafio ainda é construir uma cultura de doação no Brasil. Muitos potenciais doadores ainda desconhecem como os fundos funcionam, quais são suas garantias legais ou de que forma podem contribuir. Além disso, ainda são limitados os incentivos fiscais que poderiam estimular empresas e pessoas físicas a participar desse movimento.


Conquistar essa confiança exige transparência, governança sólida e comunicação constante com a comunidade. Mas também exige vontade coletiva de pensar o futuro da universidade para além do curto prazo.


Assembleia geral fundo patrimonial amigos da escola paulista
Profa. Dra. Emilia Sato, presidente da Diretoria Executiva

Um investimento que ultrapassa gerações


O financiamento público continuará sendo a principal base de sustentação da universidade brasileira. Mas depender exclusivamente dele é insuficiente para garantir inovação, estabilidade e impacto social de longo prazo.


Fundos patrimoniais não são uma substituição, mas um complemento estratégico. São, sobretudo, um pacto entre gerações — no qual ex-alunos, professores e apoiadores contribuem hoje para que futuras gerações tenham acesso a uma universidade pública mais forte, inclusiva e preparada para enfrentar os desafios do país.


Faça parte desse movimento


Mesmo doações de baixo valor, realizadas de forma mensal, são importantes para fundos patrimoniais. São contribuições acessíveis, que possibilitam o engajamento de um número maior de pessoas, especialmente ex-alunos e simpatizantes da Escola, e que se acumulam ao longo do tempo de forma expressiva.


A doação recorrente também fortalece o vínculo entre a comunidade da EPM e o futuro da instituição. É uma forma de participação regular, que gera senso de corresponsabilidade mesmo entre ex-alunos ou colaboradores que estão fora do convívio direto com a Escola Paulista.


Contribua com o futuro da EPM hoje.





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